segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A FILA ANDOU!

Uma leitura sobre os jovens e a Sexualidade na igreja nos dias de hoje.


Infelizmente a banalização da sexualidade definitivamente tomou conta de boa parte dos arraiais evangélicos.

A afirmação de que sexo antes do casamento é pecado, sempre foi defendido por praticamente todas as igrejas protestantes. Todavia, por fatores dos mais diversos, tais princípios não estão sendo obedecidos por mais da metade da juventude evangélica brasileira. É exatamente isso o que diz um extenso trabalho de pesquisa entre 1994 e 2000 realizado pelo Ministério Lar Cristão.

Num levantamento inédito, que ouviu mais de cinco mil rapazes e moças, membros de 22 diferentes denominações, o resultado veio ao encontro daquilo que se suspeitava há muito tempo, mas nunca tinha sido comprovado assim, na fria lógica dos números:

Nada menos que 52% dos jovens evangélicos criados na igreja praticam o sexo pré-nupcial. Destes, a metade não fica numa única experiência e mantém vida sexual ativa com um ou mais parceiros. Segundo a pesquisa, a idade média da perda da virgindade é de 14 anos, para os garotos, e 16, para as moças, ou seja: para horror de pastores, pais e educadores, quando o assunto é sexualidade juvenil, a Igreja está se aproximando cada vez mais dos padrões liberais da sociedade moderna.


A revista Isto É, de 23/08/2006, nos traz a informação de que a iniciação sexual por parte dos adolescentes brasileiros é cada vez mais precoce nas camadas mais pobres da sociedade. Isto é perceptível principalmente nas classes D e E, onde 16,8% deles se iniciam com apenas 13 anos.

Nas faixas menos favorecidas estão 26,7 milhões com menos de 18 anos. Entre os seis milhões dos setores mais ricos do país, as classes A e B, o índice cai para 13,9%. Na classe C, com 15,1 milhões de jovens e adolescentes, a taxa é de 15,7%. A amostragem da pesquisa se refere a todos os 47,8 milhões de jovens das regiões metropolitanas, periferias, interiores e áreas rurais.

Tenho a impressão de que o fato de incentivarmos as nossas crianças e pré-adolescentes a desfrutarem de um mundo a qual não lhes pertence, contribui significativamente para empobrecimento da sociedade brasileira. A cada ano que passa, as crianças desse novo tempo vem abandonando praticas da meninice em detrimento de uma maturidade abstrata e superficial. No afã da maturação, muitas vezes incentivados por seus pais, tais crianças, cedo, param de brincar de boneca, de botão, de bola, de pique, e outras coisas mais, isto porque, o chique é ter filhos cada vez mais “maduros”. Junta-se a isso, o fato de que a mídia tem também contribuído de forma negativa e pejorativa imprimindo em nossa sociedade valores absolutamente antagônicos a santa Palavra de Deus.

É inegável que os meios de comunicação ao longo dos anos imprimiram em nossas crianças a aceleração do descobrimento bem como o afloramento precoce da sensualidade e sexualidade. Basta repararmos nas meninas que cada vez mais cedo, abandonam as brincadeiras de boneca em detrimento do namoro com um menino.

Ora, uma sociedade, que não respeita tempos, fases e etapas, contribui efetivamente para o surgimento de relacionamentos irresponsáveis e fúteis.

Por outro lado não nos é possível desprezar o fato de que em nome da liberdade, da graça barata e do gospel, irmãos preciosos, têm desenvolvido relações afetivas temporárias onde o que importa é beijar muito. Nesta perspectiva, é comum observarmos rapazes e moças trocarem de parceiros sem a menor preocupação com aquilo que Deus pensa ou diz. Neste contexto, é absolutamente corriqueiro, jovens zombetearem das relações terminadas, afirmando que a fila andou.

Ora, sou contra a banalização das relações, sou contra as "ficações" que contribuem para o adoecimento da alma de nossos adolescentes e jovens, sou contra o beijar por beijar, como também contra ao sexo antes do casamento.

Salomão em sua grande sabedoria afirmou que existe um tempo determinado para todas as coisas na vida. Sim, isso mesmo, na vida existe momentos pra tudo! Há tempo de plantar e tempo de colher, há tempo para abraçar e deixar de abraçar, em outras palavras isso significa dizer que existe um tempo determinado por Deus para desfrutarmos de carinhos, afagos, abraços e beijos de alguém. Em contra-partida, isso significa dizer também que existem momentos na vida, que somos chamados a um momento de reclusão onde outros valores necessários a uma existência plenificada nos são trabalhados.

Cabe, portanto, a nossa geração rever nossos valores não nos deixarmos moldar pelos pressupostos deste sistema. Somos chamados por Deus a vivermos uma vida onde a liberdade e a responsabilidade transformam-se em marcas de uma geração comprometida com seu Senhor e consigo mesma.

Soli Deo Gloria!

Renato Vargens
(postado originalmente em Vinacc

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