segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Psicologia - O Cavalo de Tróia - Reconhecendo a Apostasia

Psicologia - O Cavalo de Tróia
Dene McGriff
O que eles não querem que você saiba

Se já existiu um cavalo de Tróia - algo que pudesse minar a Igreja e afastar o seu pensamento da Bíblia para uma base humanista - aqui está ele. Abrimos as portas de nossas igrejas, de nossas escolas bíblicas e de nossos seminários e o abraçamos. Tentamos integrá-lo aos ensinos bíblicos e conseguimos o maior, mais novo e melhor meio de tratar a condição humana - chamando-o “Psicologia Cristã”! Eu poderia abordar alguns firmes cristãos evangélicos e indagar-lhes o que eles acham da psicologia ”cristã”, tendo a certeza de que 99 em cada 100 deles me dariam uma resposta positiva. Essa porcentagem poderia até ser mais alta entre os pastores. Será que eles estão certos ou sou eu que estou simplesmente lutando contra moinhos de vento?

Se estamos vivendo nos “últimos dias”, uma das questões mais importantes que os cristãos estão enfrentando será: como vamos reconhecer o engodo? Como vamos reconhecer a apostasia? Como evitar que sejamos enganados? Um amigo disse que o engano de satanás é perigoso, porém vale a pena ser tão corajoso, enfrentando Satanás e suas habilidades? Ele é um “anjo de luz” e o seu engodo vai ser tão bom que a maioria das pessoas, inclusive os cristãos, vai se desviar. A palavra “apostasia” significa “desvio”. Ninguém decide “desviar-se”. Tudo começa com uma série de pequenos compromissos, atitudes e decisões. Uma vez que se começa a escorregar, vai ser difícil voltar a subir.

O desvio vai começando aos poucos: “Um pouco de fermento leveda toda a massa” (1 Coríntios 5:6). A massa pode ser 99% pura, como o pão sem fermento, porém logo que o fermento começa a agir, ela fica 100% levedada. O processo é lento e sutil. Ele começa permitindo-se uma pequena mistura. É por isso que através de todo o Velho Testamento, Deus tanto odiava a mistura. Sempre que o Seu povo se misturava aos pagãos e à sua religião, logo apostatava de Deus.

Nos tempos modernos temos visto o levedo da moderna cultura penetrando na Igreja. O levedo mais perigoso de todos é a falsa ciência que tem apresentado uma visão diferente da natureza do homem e uma maneira incrementada de resolver os seus problemas. Tendo em vista, porém, que ela é tão aceita pelos cristãos, torna-se um assunto bem difícil de ser abordado. Tenho enfrentado muito maior oposição ao meu posicionamento contra a psicologia “cristã” do que contra outros tópicos que tenho abordado.

Uma Filosofia Apóstata ou Uma Ciência?

O engodo precisa ser bom. Não pode ser extremista demais ou então os cristãos jamais iriam aceitá-lo. Não pode ser obviamente herético ou jamais seria aceito pela corrente principal. Um engodo realmente bom precisa ser tão bom que ninguém possa questioná-lo. Precisa ser aceito por todos! De fato, o melhor engodo seria aquele que pudesse penetrar na Igreja como uma ciência, uma ciência adotada pela Igreja, sendo tão popular entre o clero como entre o laicato, uma excelente mistura do melhor que possa existir entre os dois mundos. Que tal melhorar o Cristianismo com esta nova e maravilhosa ciência, fazendo a combinação de ambos? Pois foi exatamente isso que aconteceu.

A psicologia “cristã” obteve tal aceitação que alguns dos programas mais populares da atualidade são o “Focus On The Family”, o “Minirth Myre” e outros. A psicologia tem sido aceita por todos os seminários e escolas bíblicas e, de fato, até mesmo deles é exigida, a fim de serem credenciados. Quase todos oferecem uma especialização em diversos campos da psicologia e do aconselhamento. Muitas igrejas grandes têm mais pessoas treinadas em psicologia do que pastores - exatamente para resolver as necessidades da congregação. Os pastores são admoestados a que aconselhem somente no campo espiritual, deixando os problemas psicológicos ao novo sacerdócio - o do psicólogo cristão.

A psicologia tem-se tornado uma parte do nosso pensamento e da nossa maneira de viver, de tal modo que é difícil encará-la negativamente. Encontramos a psicologia nos sermões, no aconselhamento e nos serviços referenciais da igreja, algumas vezes dentro da Igreja, nas escolas bíblicas e seminários, colégios cristãos, aconselhamento conjugal e familiar, programas de reabilitação de missionários, rádios cristãs e nos livros cristãos mais vendidos. Ela tem-se tornado uma parte importante na organização do moderno Cristianismo, graças à popularidade de pessoas como James Dobson, Gary Smalley e muitos outros, que bombardeiam as ondas sonoras e as livrarias com a sua nova e implementada mensagem de como solucionar os crescentes problemas humanos. A maioria dos evangélicos nada vê de conflitante, achando que as duas [a Bíblia e psicologia] trabalham muito bem juntas. A psicologia “cristã” se transformou em grande negócio.

“A ‘Sociedade Americana de Conselheiros Cristãos’ possui 17.500 membros. O mercado do aconselhamento psicológico “cristão” inclui muitos indivíduos e pequenos centros de aconselhamento. Ele tem ainda grandes conglomerados com programas de rádio, os quais encaminham os cristãos a programas de terapia. “The Minirth Meier New Life Clinic” (Clínica Minirth Meier Nova Vida) tem 25 unidades de internação de pacientes, 55 de pacientes externos e mais de 600 funcionários. Essa clinica registrou admissões de 500 pacientes e 7.600 visitas de pacientes externos, somente no mês de janeiro, 1996. O “Rapha” tem 63 programas, com uma network de 3.500 igrejas em seu programa “Rapha Care”, tendo duplicado sua amplitude, nos últimos 18 meses” (Martin & Dreide Bobgan, “PsychoHeresy Proliferating”, página na Internet).

Jamais havia eu tratado de um assunto tão emocionante e controverso. Infelizmente, muitos dos que resvalaram até agora, já têm suas mentes adaptadas a esse modismo e nem sequer encontram tempo para estudar o assunto. Este capítulo vai examinar o pano de fundo e a base da psicologia e também se existe algo errado em se combinar o melhor da psicologia com a Bíblia. Será que a psicologia é uma científica verdade objetiva? Será que toda verdade é verdade de Deus, conforme sugerem alguns psicólogos? Será que não podemos aproveitar o melhor que existe nas duas? Será que não podemos aplicar alguma revelação adicional à Escritura?

Humanismo Secular - a Nova Religião do Homem

Os cristãos parecem ter suas crises de cegueira. Reconhecemos o Comunismo como sendo mais do que uma filosofia de como os homens deveriam se organizar economicamente, de como os bens eram produzidos ou quem possui a propriedade. O Comunismo era a religião da “não religião”. Ele declarava que Deus não existe, tendo colocado o homem, no centro de tudo. Todo bom comunista poderia falar de sua natureza “não religiosa”, porém não de maneira tão sutil. No Ocidente chegou uma “religião” parecida, conhecida como “humanismo”, que é outra filosofia centrada no homem.

Os cristãos estão cientes de que o humanismo secular se infiltrou em nossas escolas e universidades, em nossos valores culturais e sociais e em nosso sistema de governo. Entendemos que o humanismo é uma filosofia, a qual afirma que o homem, e somente o homem, pode resolver os seus próprios problemas. Ficamos chocados que não haja absolutos, valores estabelecidos, moral ou paradigmas. Tudo no humanismo secular passa a ser relativo. Dentro dele existe a crença de que o homem é o senhor do seu próprio destino e que não existe problema algum que ele não possa resolver e nenhuma tarefa árdua demais. A sociedade tem apenas de se dedicar a resolver os problemas. A resposta está na educação, na eliminação da pobreza, dos preconceitos e de todas as terríveis condições causadoras dos mesmos. As pessoas são vistas como vítimas, as quais sofreram abusos da parte de outras, em seu ambiente. Elas são consideradas inerentemente boas, precisando apenas ser resgatadas. O potencial humano é infinito. O espírito humano é indomável. Tudo que se precisa fazer é eliminar as causas do crime, da pobreza, das guerras, da incompreensão e assim por diante, a fim de tornar as coisas melhores. A ironia é que os mesmos cristãos que se opõem veementemente ao humanismo secular são eles mesmos seduzidos pela visão humanista do homem, a qual está incorporada na psicologia moderna.

Não nos referimos aqui à psicologia ”pop” - pequenos estratagemas que surgem vez por outra - mas à psicologia, de como esta define o homem, como ele age e qual a solução que ela propõe para os seus problemas. Devo admitir que a visão dos psicólogos sobre o homem é uma “religião secular humanista”, diametralmente oposta à visão bíblica sobre o mesmo.

As Origens da Psicologia

O pai da psicologia moderna foi Anton Mesmer, o qual popularizou o hipnotismo, também conhecido como “mesmerismo”, uma antiga ciência ocultista, que ele trouxe para a medicina moderna. Era essa uma maneira de descobrir poderes e insights ocultos... a qual, eventualmente, conduziu a todas as formas de auto-descobrimento, auto-melhoramento e pensamento da “possibilidade” - a idéia de que podemos chegar a níveis de inconsciência ou sub-consciência, onde podemos exercitar a telepatia e outros poderes criativos. Isso levou a ciência da mente a um reino sobrenatural, o qual ainda continua fazendo parte da psicologia, agora conhecida como “percepção extra-sensorial”. Esta tem sido a pedra fundamental do Movimento Nova Era, tendo penetrado na igreja moderna através dos movimentos da “Teologia da Fé”, ou “fale e exija”. Ela pode ainda ser vista na visualização, na “cura de memórias” e em outras práticas de grupos, tais como os Vineyards.

Não foi por acaso que os princípios da psicologia moderna introduziram um elemento ocultista, o qual ainda perdura. O ocultismo é relativamente fácil de se localizar e rejeitar, de modo que ele penetrou no Cristianismo da maneira mais sutil, travestido de ciência.

A história da moderna psicoterapia revela a ascensão e queda de uma metodologia após a outra. Isso deveria acarretar uma pergunta sobre a validade científica da psicologia. Por exemplo, embora as muitas teorias de Sigmund Freud embasadas nos vários complexos sexuais tenham sido desacreditadas, os psicólogos atuais continuam seguindo muitas de suas teorias e usando o seu jargão. Freud criou suspeitas contra os pais, a quem responsabilizou a raiz de muitos problemas e traumas infantis. Essa busca de causas no passado é o tema principal da moderna psicologia.

Mais tarde veio Carl Jung, o qual, como Freud, não era apenas um humanista secular - pessoa que acredita que as respostas estão dentro do homem - mas alguém que participava de sessões espíritas, necromancia (contato com os mortos) e outras práticas ocultistas. Sua marca de determinismo psicológico também foi descartada em termos de validade científica - e, contudo, pode ser encontrada em obras, tais como no livro dos Promise Keepers, de Hick, intitulado “The Masculine Jorney” (A Jornada Masculina).

Alfred Adler sentiu que as pessoas eram menos motivadas pelos impulsos sexuais e mais pelo empenho no sentido da superar os sentimentos de inferioridade. Como a maioria dos humanistas, Adler Abraham Maslow, Erich Fromm e outros observaram a básica natureza da dignidade humana, com uma inerente habilidade de mudar e melhorar. Adler surgiu com a idéia do amor incondicional, enquanto Maslow viu a auto-estima como um imperativo universal. A doutrina da auto-estima foi implementada por Carl Rogers, filho de um ministro, o qual, por sua vez, rejeitou o Cristianismo. Todos esses homens apresentaram uma visão completamente humanista secular do homem. E somente alguns anos mais tarde foi que os psicólogos “cristãos” apareceram e decidiram que esses conceitos poderiam ser travestidos e “cristianizados”, exatamente o que foi feito por James Dobson, seguido por todos os psicólogos ”cristãos”. Eles afirmam estar embasados em princípios cristãos, porém é fácil comprovar que a maioria desses cristãos profissionais usa qualquer teoria porventura aprendida na escola da qual cada um deles mais gostou.

A Psicologia é uma ciência?

Uma ciência legítima trata com dados. Ela pode calcular e controlar. Os fundamentos da psicoterapia não são científicos, mas filosóficos. Quando examinamos os fundadores da psicologia moderna, vemos Sigmund Freud, Carl Jung, Abraham Maslow, William James, Alfred Adler, Erich Fromm, Carl Rogers, F. B. Skinner e não existe sequer um homem piedoso entre eles. Esta é uma lista de “Quem é Quem” no humanismo. Suas visões do homem são totalmente humanistas e suas visões psicológicas são nada menos que uma religião humanista, na pior das hipóteses. Eles não só entraram no ocultismo como na religião oriental, na qual se embasa o pensamento da Nova Era.

O foco está no EGO, na auto-atualização, na auto-imagem, no auto-objetivo, na auto-estima, na auto-dignidade, no auto-melhoramento, em resumo, no deus “EGO”. Esta é a religião da auto-adoração. Ela é auto-centrada e auto-inflada. Ao contrário do que afirmam os psicólogos cristãos, o homem não tem dificuldade alguma em amar a si mesmo e por isso deve adiantar-se em amar primeiro a Deus e em seguida ao próximo como a si mesmo. O chamado movimento do potencial humano conduz rapidamente à deificação do homem.

A chamada “ciência” da psicologia afirma estar embasada no comportamento humano. Mas o comportamento humano é bem mais difícil de ser isolado e estudado do que o são os micróbios sob um microscópio. Existem variáveis demais. O resultado é que a interpretação de alguém é que determina o comportamento humano. Isso não é ciência. Freud, por exemplo, traçou tudo de volta à relação da criança com o pai e a mãe, muitas vezes preenchendo as coisas com inconvenientes termos sexuais, tais como os seus estágios de desenvolvimento - anal, oral, fálico e genital. Maslow define uma hierarquia de necessidades, num esforço de explorar o comportamento. Tudo isso não passa de teorias. Não existe qualquer prova científica. Qualquer pessoa pode criar um sistema para explicar o comportamento humano e em seguida interpretá-lo nos seus próprios termos. O fato é que a psicologia é opinião e filosofia, não é matéria científica. Além disso, a psicoterapia não funciona. As pesquisas informam que existe uma relação inversa entre a soma de treinamento que um terapeuta possui e sua taxa de sucesso.

As teorias da psicologia “pop”, tais como as diferenças entre o lado direito e esquerdo do cérebro, e a ordem de nascimento, as quais já foram definitivamente descartadas, continuam sendo promulgadas por psicólogos “cristãos”, tais como Gary Smalley. Nada disso é ciência, mas apenas opiniões implementadas, observações e idéias brilhantes.

A Proposta Psicológica

Conforme observamos acima, a psicologia moderna tem suas raízes no pensamento secular humanista, no qual o homem é visto como inerentemente bom. A psicologia ensina que os problemas do homem provêm principalmente do seu meio ambiente, da maneira como ele foi educado, e não da natureza pecaminosa com a qual ele nasce. Vemos esta orientação humanista em cada aspecto da psicologia. Ela tenta impor-se como uma ciência e até mesmo como medicina. Fala de “saúde mental” - saúde da mente! Esta declaração é uma tolice. A mente não pode adoecer. É possível entender um corpo, até mesmo um cérebro enfermo - mas dizer que existe uma mente, emoção e até mesmo um comportamento enfermo? Embora possam acontecer problemas médicos, os principais problemas diagnosticados como “doença mental” não são patologias. Nada está errado com o físico da pessoa. A psicologia vê os problemas humanos como uma doença, então busca uma causa e uma cura longe de Deus. Respeitáveis psicólogos “cristãos” nos têm convencido de que não somente é possível integrar a psicologia e a Bíblia, como é um melhoramento desejável. Eles implicam em que muitos problemas são sérios demais para serem tratados pela Escritura por pessoas não treinadas. Como o povo de Deus deve ter andado perdido durante milhares de anos, até que a psicologia aparecesse, no século passado! Será que Deus, Sua Palavra e Seu povo são insuficientes para lidar com o dilema humano?

A psiquiatria, a psicologia e a maior parte do aconselhamento conduzem o paciente a uma busca do passado, a fim de descobrir a fonte do seu problema. Isso em geral leva de volta a membros da família ou a algum evento traumático. Pode ser um parente abusivo ou alcoólatra. O alcoólatra e as crianças são todas vistas como vítimas. Cavar o passado e as raízes causadoras do problema conduz a pessoa a uma busca que altera a maneira de examinarmos a nós mesmos e enxergar o nosso pecado. Jesus jamais disse que as pessoas cavassem o passado. Paulo disse: “esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim...” (Filipenses 3:13). Romanos 3:23 diz: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” Jesus jamais ofereceu “aconselhamento de vitimização”, tentando que as pessoas sofressem a dor das experiências que haviam prejudicado sua auto-estima. Jesus não via o homem como ser ferido, traumatizado, disfuncional nem dependente. Em vez disso, ele feriu a sua auto-imagem, dizendo a essas pessoas que elas eram pecadoras, rebeldes, más e que nelas não existia bem algum. Elas poderiam somente atirar-se aos pés da cruz, confessando os seus pecados e pedindo que Jesus as curasse e renovasse. Em alguns círculos isso é chamado “confissão negativa”! Jesus não nos trata como vítimas, mas como pecadores necessitados de um Salvador. Quando falamos sobre psicologia cristã, não estamos tratando de uma interpretação diferente da Escritura, mas de variadas visões mundanas.

O âmago da psicologia é o ego. J. I. Packer descreve a tendência evangélica em direção ao egoísmo:
“Os cristãos modernos tendem a transformar a sua religião em satisfação. Demonstramos mais preocupação com a auto-satisfação do que em agradar o nosso Deus. Típico no Cristianismo atual, a qualquer custo, no mundo de língua, inglesa é a maciça profusão de livros “como” para os crentes, direcionando-nos a relacionamentos mais bem sucedidos, a ter mais prazer no sexo, a nos tornarmos pessoas melhores, a realizar nossas potencialidades, a conseguir excitação cada dia, a reduzir o nosso peso, a melhorar nossa dieta, a manejar nosso dinheiro, a conservar nossas famílias felizes, e por aí a fora. Para as pessoas, cuja paixão maior seria glorificar Deus, estas são, sem dúvida, preocupações legítimas. Contudo, os livros “como” em geral as exploram de maneira auto-absorvente, a qual trata do nosso prazer, em vez da glória de Deus como o centro do nosso interesse. Por acaso, eles contém uma fina camada de ensino bíblico sobre a mistura de psicologia popular e senso comum que oferecem, mas a sua proposta maior reflete claramente o narcisismo - “egoísmo” ou ”me-ísmo”, como algumas vezes é chamado - que é a maneira mundana de vida, no moderno Ocidente” (Conforme citação em PsychoHeresy, p. 63.)

Amar o nosso “eu”, conforme vemos na 2 Timóteo 3, é um pecado terrível e um dos principais sinais dos “últimos dias”. Somos ensinados a amar primeiro a Deus e aos outros, em segundo lugar. Jesus não nos comanda a que amemos a nós mesmos, mas a que renunciemos a nós mesmos, tomemos a nossa cruz e O sigamos. Então, vamos examinar mais profundamente os ensinos sobre o “eu” dos psicólogos cristãos.

“SABE, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te”.

O Evangelho do Ego

Carl Rogers foi classificado em primeiro lugar no ranking da pesquisa da “Christian Association of Psychological Studies” (Associação Cristã de Estudos Psicológicos) (conforme citação na p. 106 do livro “PsychoHeresy”, de Martin & Dreide Bobgan). Carl Rogers é o líder do moderno frenesi da auto-estima. Então, por que a Associação Cristã classifica um ateu secular tipo Rogers como o seu favorito? Será que ele tem alguma revelação que nos falta?

“A Igreja de Jesus Cristo está sendo assolada e entregue às mãos dos seus inimigos, porque tem bancado a prostituta com o deus da psicologia, cujo objetivo antibíblico é fazer as pessoas ‘se sentirem bem consigo mesmas’, em vez de amar a Deus de todo o coração, alma, mente e força e serem conformadas à imagem do Seu Filho” (“Psychology, a Biblical Analysis from the Psychoheresy”, de Mel e Gloria Blowers, no seu site na Internet).

Com o advento de Adler, Maslow e, em seguida, de Carl Rogers, a auto-estima tornou-se o foco maior e foi “cristianizada” pelos psicólogos “cristãos”. Eles argumentam que o homem não pode amar a Deus ou a outras pessoas se antes não amar a si mesmo. Ele não pode ter uma alta estima por Deus e pelos outros, se primeiro não amar a si mesmo. É quase como se um novo mandamento tivesse sido acrescentado: “Ame primeiro a si mesmo, pois somente assim poderá amar a Deus e aos outros. Quando suas necessidades forem satisfeitas, então você poderá satisfazer as necessidades alheias”. Ora, isso é puro egoísmo!

O tema principal em todos os livros de James Dobson: (“Hide and Seek”, “Dare to Discipline”, “What Wives Wish Their Husbands Knew About Women”, etc.), bem como da maioria dos psicólogos, é a necessidade básica de auto-estima, antes que um cristão possa progredir. Embora Dobson e outros psicólogos “cristãos” critiquem alguns termos psicológicos, o fato é que eles aceitam outros. Isso inclui a compreensão básica da psicologia a respeito do homem e os seus métodos de diagnosticar e resolver os problemas da vida humana. A psicologia diz que o homem é uma vítima e precisa edificar a sua auto-estima e aprender a amar a si mesmo. É isso que a Escritura ensina? Ela diz que o homem é pecador e não vítima e que já se ama o suficiente. Ele precisa amar a Deus em primeiro lugar e em seguida estimar os outros, bem mais do que a si mesmo. Efésios 5:29 diz: “Porque nunca ninguém odiou a sua própria carne; antes a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja”. Existe um abismo de diferença entre as visões psicológicas e as visões escriturísticas sobre o ego.

No livro “Hide and Seek: How to Build Self-Esteem in Your Child” (Esconder a Procurar: Como Construir Auto-Estima Em Seu Filho), Dobson escreve:

“Então, como a inadequação e a inferioridade prevalecem em todas as idades da vida, na época atual devemos nos indagar: por que? Por que nossos filhos não podem crescer aceitando-se a si mesmos como eles são? Por que tantos deles não se sentem amados e nem são amáveis? Por que nossos lares e escolas parecem construir mais desespero e auto-ódio do que calma confiança e respeito? Por que deveria cada criança bater com a cabeça na mesma parede de sempre? Estas perguntas são da maior importância para cada pai que deseja proteger o seu filho da agonia da inferioridade.

O assunto da dignidade pessoal não é uma preocupação apenas dos que dela sentem falta. Ele é, em sentido real, a saúde de toda uma sociedade, dependendo da facilidade com a qual os seus membros individuais possam obter satisfação pessoal. Então, quando as chaves da auto-estima parecem estar fora do alcance para uma grande porcentagem de pessoas, como na ‘doença mental’, a neurose, o ódio, o alcoolismo, o abuso de drogas, a violência e a desordem social certamente vão acontecer. A dignidade pessoal não é algo que os seres humanos tenham a liberdade de obter ou de renunciar. Devemos tê-la e quando ela se torna inatingível, todos sofrem” (James Dobson, “Hide and Seek”, ps. 20-21).

Essa idéia de auto-aceitação não é encontrada na Bíblia. Ela diz que devemos nos contentar com o que temos (Hebreus 13:5-b), quer sejamos ricos ou pobres, dotados ou medíocres, escravos ou livres, senhores ou escravos. Ela diz que “nossas justiças são trapos de imundícia” (Isaías 64:6) e que somos inimigos de Deus. Mesmo assim, Dobson diz: “Quanto mais cedo você puder aceitar a transcendente dignidade de sua humanidade, mais cedo poderá sentir-se bem com você mesmo” (Ibid, p. 147). Deus não fala de dignidade transcendente em nossa humanidade - pelo contrário. Cristo não morreu por nós em razão de haver algo amorável e de valor inerente em nossa humanidade! Os psicólogos iriam dizer que a cruz nos convoca à auto-afirmação! (“The Cross of Christ”, John Stott). Que evangelho é esse? Paulo clama em Romanos 7:4: “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?” Que auto-imagem negativa Paulo possuía! Porém, o caso não é a nossa auto-dignidade, mas a nossa depravação. Deus me ama apesar do que sou. Então, qual é o certo: amar o nosso ego ou negá-lo?

O que a “religião do ego” tem em comum com o evangelho de Jesus Cristo? Será que não existe algo errado com essa descrição? Qualquer pessoa que tenha os livros de Dobson já deve saber que um dos termos principais nas suas entrelinhas é que ele acha que uma baixa-estima é o problema e uma elevada auto-estima é a solução. Na obra supra citada ele ensina estratégias de como melhorar a auto-estima, conforme ilustração abaixo:

“Como se pode ver, o prejuízo do ego (falta de auto-estima) realmente se iguala ao excesso da dor de um intenso desconforto físico... Então, o seu efeito é doloroso e o nosso aparelho emocional é designado a se proteger de sua opressão. Em outras palavras, uma grande proporção de atividade humana é devotada à tarefa de nos proteger da íntima dor da inferioridade. Acredito ser essa a força predominante em nossa vida, excedendo, até mesmo, ao apelo do sexo e sua influência” (Ibid, p. 152).

Este é apenas um exemplo entre centenas de sua orientação psicológica, neste caso bem aproximada de Adler e Maslow. Será que a elevação da auto-estima resolve os problemas da humanidade? Ao estado da Califórnia coube a Força Tarefa de Promover a Auto-Estima e Responsabilidade Pessoal e Social. Eles conduziram um estudo, esperando encontrar uma relação entre a auto-estima e seis áreas: crime, violência, incidência, álcool, drogas e abuso, dependência de bem-estar, gravidez de adolescentes, abuso de filhos e esposas, de filhos faltando à escola, etc. Tendo decretado encontrar uma relação causal, eles ficaram extremamente decepcionados por não terem encontrado correlação alguma (Conforme documentado em “PsychoHeresy II”, ps. 119-132).

Será que a auto-estima auxilia o nosso sistema educacional? Bobgan registra um estudo de 13 anos de registros matemáticos antigos e da auto-estima de seis países diferentes. Os coreanos alcançaram o topo na matemática e o mínimo na auto-estima. Os americanos ficaram no mínimo em matemática e no topo em auto-estima. Nesse caso, temos uma geração de garotos que estão no mais baixo grau, na maioria das categorias, e nem se dão conta disso (ou provavelmente nem se incomodam). Mas na certa eles se sentem bem consigo mesmos!

A idéia de que alguém precisa amar a si mesmo antes de amar a Deus e aos outros não é “o maior amor de todos”, mas a maior mentira de todas. A Bíblia diz: “Ninguém jamais odiou o seu próprio corpo”. Baixa auto-estima ou falta de amor a nós mesmos não é problema. Amar a nós mesmos acontece naturalmente. A Bíblia nos comanda a dar amor e não a amar-nos a nós mesmos, visto como a nossa auto-estima já é alta demais para se sobressair à de alguém mais. Ao contrário do que Dobson ensina, a auto-imagem não é problema, especialmente entre as crianças, conforme dizem as pesquisas. O que uma pessoa faz em relação a Cristo é muito mais importante do que o que ela pensa a respeito de si mesma. De fato, a uma pessoa auto-satisfeita torna-se mais difícil reconhecer a sua verdadeira condição de pecador e ir a Cristo. Não parece que os cristãos auto-satisfeitos sintam necessidade do Senhor. Em Lucas 18:10-14, o fariseu estava satisfeito por não ser igual aos outros homens. Ele possuía uma elevada auto-estima. Jejuava e entregava fielmente os dízimos. Enquanto isso, o publicano batia os peitos pedindo misericórdia, um pobre coitado de baixa auto-estima! Se Jesus quisesse ensinar auto-estima, teria contado essa parábola de modo diferente. A auto-estima, o auto-engodo e a auto-justiça andam sempre juntas. Elas não conduzem as pessoas a Cristo, mas à apostasia!

Vejamos o que a Bíblia diz em Lucas 9:23: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me”. Paulo, que tinha boas razões para se gloriar, disse: “Mas o que para mim era ganho reputei-o perda por Cristo”. Mas que confissão negativa! Contudo, ele admoesta na 2 Timóteo 3:1: “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos”.

Nova Revelação ou Falso Evangelho?

Isso não é uma questão de psicologia “pop”, mas de qual a visão básica do homem na qual devemos acreditar: na visão de Deus ou na do homem? Hoje em dia, esse “evangelho do ego” está sendo pregado no mundo inteiro e em certas organizações como a dos Promise Keepers e a Focus Family. Será que devemos nos entregar a esse evangelho ou ao evangelho da cruz de Cristo? Devemos acreditar que somos vítimas ou que somos pecadores? Será que a resposta se encontra em voltar ao passado ou em correr até a cruz? Será que a resposta está em melhorar o ego ou em matá-lo? Será que a resposta está em Cristo, mais um sistema secular humanista, ou somente em Cristo? Será que a psicologia “cristã” é uma nova revelação ou apenas um falso ensino?

A psicologia “cristã” afasta as pessoas do verdadeiro evangelho, conduzindo-as a “outro evangelho”. O problema do homem deixa de ser o pecado e a rebelião contra Deus, passando a ser uma baixa auto-imagem. Agora trata-se de um trauma do nascimento (exigindo regressão e cura de memórias). É a maneira como a pessoa foi tratada na infância pela mãe, pelo pai ou por outras pessoas. São as drogas, o álcool, as tendências homossexuais, a pobreza, etc. O caso é atribuir e transferir a culpa da própria pessoa para alguém ou para outra coisa - uma transferência de culpa. Não tenho espaço aqui para falar de todas as teorias da torre da “psicobabel”, mas apenas quero dizer que os ícones do Cristianismo moderno, como James Dobson, Gary Collins, Gary Smalley, John Trent e Robert Ricks não apenas estão dentro dela como entre os mais fortes proponentes dos Promise Keepers.

Os psicólogos “cristãos” têm tentado integrar a psicologia numa perspectiva bíblica, usando termos “bíblicos” e equivalentes, exemplos, etc. Mas isso nada prova e apenas conduz a uma mistura maligna. Eles argumentam que toda verdade é verdade de Deus e que a Bíblia não é suficiente para explicar os problemas da condição e do comportamento do homem. Infelizmente, cada um dos principais chamados “psicólogos cristãos” usa uma mistura de psicologia secular, conversa bíblica e calor humano, criando estórias indiscerníveis, a fim de convencer as pessoas de que eles têm uma proposta mais nova e implementada para a solução dos problemas humanos. Contudo, somente Deus, através de Sua Palavra revelada e da obra do seu Filho, tem a resposta para o problema do homem. A psicologia é a tentativa humana de explicar, entender e resolver os problemas relacionados à condição humana, longe de Jesus Cristo.

Será que as raízes da psicologia moderna são cristãs?

Na publicação de dezembro, 1996 da Christianity Today houve uma edição especial dedicada à psicologia “cristã”. Um artigo intitulado “The Roots and Shoots of Christian Psychology” apresentou uma árvore, cujos ramos mostravam os nomes dos renomados psicólogos integrantes da mesma: os “buscadores espirituais”, como Larry Crabb e Dan Allender; o ramo “Família/Matrimônio” com James Dobson e Norm Wright; o ramo do “Clinical Care”, com Minirth Meier; o ramo “Dissociated Disorders”, o ramo da “Auto-Estima”; o ramo do “Aconselhamento Pastoral” e assim por diante. As raízes da árvore foram rotuladas de “Secular and Humanistic Pioneers”, incluindo figuras notáveis, como Sigmund Freud, Carl Jung, Carl Rogers, Abraham Maslow. B. F. Skinner e outros. Nenhum destes era crente. A maioria deles até se opunha violentamente ao Cristianismo e mantinha crenças metafísicas. Que espécie de árvore é esta?

De fato, os psicólogos cristãos nem sequer podem explicar o que é “psicologia cristã”. A “Christian Association of Psychological Strudies” (CAPS) é uma organização de psicólogos, os quais afirmam ser cristãos. O que vem a seguir foi admitido em uma de suas reuniões:

“Muitas vezes nos indagamos se somos ‘psicólogos cristãos’ e achamos difícil responder, pois não sabemos a implicação de tal pergunta. Somos cristãos que são psicólogos, porém no presente ainda não existe uma aceitável psicologia cristã que se diferencie da psicologia não cristã. É difícil admitir que funcionamos de maneira fundamentalmente distinta dos colegas não cristãos... pois ainda não existe qualquer teoria, modo de pesquisa ou tratamento que seja diretamente cristão.

A psicoterapia profissional, com as suas distintas psicologias, é, na melhor das hipóteses, questionável e, na pior, um desperdício, sendo, no final das contas, um engodo espiritual. (Grifo da tradutora - Citação do “The End of ‘Christian Psychology”’, de Martin & Dreide Bobgan, p. 1).

Os cristãos e os psicólogos “cristãos” defendem a sua prática da psicologia, argumentando que “toda verdade é verdade de Deus”. Eles argumentam que as leis das ciências exatas, tais como a física, são leis naturais estabelecidas por Deus. A psicologia, eles defendem, também é uma ciência e, portanto, é uma verdade. Uma ciência de que? Da mente? Será que a psicologia é de fato um objetivo corpo de conhecimento? O campo é tão manobrado por confusão interna, inconsistência e subjetividade que existe pouca concordância entre os que nele se encontram. Santificar a psicologia com a Escritura apenas leva à secularização da Palavra de Deus, nela misturando um perigoso e ímpio levedo.

A Psicologia É Uma Religião Secular

A psicologia oferece uma visão do homem. Sua teoria é que o homem tem evoluído e possui um poder infinito para resolver os seus próprios problemas. É uma tentativa de diagnosticar e tratar a decaída condição humana. É uma tentativa de explicar as razões dos problemas do homem. A proposta psicológica é culpar cada coisa (pais, álcool, baixa auto-estima), exceto a condição pecaminosa do homem e sua necessidade de um Salvador. Por que deveríamos anexar ao Cristianismo um sistema não bíblico, não comprovado e humano? Por que os psicólogos cristãos acham que devem defender o que estão fazendo em termos “cristãos”? Porque deveriam eles afirmar que precisamos de Jesus mais psicologia? Por que precisam eles de procedimentos? Será que a Bíblia não explica claramente o problema do homem, nem resolve a sua necessidade?

Irmãos e irmãs, leiam o Antigo Testamento. Os israelitas aceitaram outras religiões, permitindo que se misturassem. E qual foi o resultado? Perderam a bênção de Deus e, eventualmente, foram castigados. Será que podemos esperar algo melhor? Existem atualmente mais programas radiofônicos e livros de psicologia cristã do que jamais houve antes na história. Será que eles estão fazendo algum bem? Será que as famílias cristãs estão hoje mais unidas do que há trinta anos, embasadas, como estão, em todo esse maravilhoso conhecimento? A psicologia é a religião do ego, da geração do “me”. Ela tem permeado a sociedade e agora entra na Igreja. Ela é tão sutil, tão enganosa! Vai entrando devagar e ninguém nota, nem parece acautelar-se. Deveria haver gritos de admoestação - Inimigo no campo! Porém o que existe é o silêncio!

Ora, se a psicologia tem suas raízes numa mentalidade centrada no homem, a qual é nula para Deus, por que os chamados psicólogos “cristãos” tentam integrá-la ao Cristianismo? Será que ela conhece mais sobre a condição humana do que Deus conhece? Alguns admitem que não existe essa coisa chamada “psicologia cristã” - porém, exatamente os psicólogos, que se julgam cristãos, estão aplicando princípios psicológicos à sua obra. Eu gostaria de ter tempo de entrar aqui em mais detalhes, visto como este problema está afetando o exato âmago do Cristianismo moderno. Este é o levedo da massa.

A psicologia é uma proposta ímpia, vazia, de mentalidade anticristã, a qual tem-se infiltrado na Igreja e está subvertendo-a. De fato, existem muitas práticas psicológicas, tais como a hipnose, a visualização e várias formas de meditação, as quais, não apenas são da Nova Era, mas também são demoníacas. Elas colocam as pessoas em contato com os demônios (embora elas até suponham estar falando com Jesus, Maria ou algum santo falecido). O problema é que tendo permitido que a psicologia penetrasse na Igreja, nós nos abrimos a uma visão mundana, contra a qual deveríamos lutar, uma visão que está nos transformando, gradualmente, nos subvertendo e nos enganando.

Toda Verdade é Verdade de Deus?

Um curso elementar de psicologia. Digo a vocês que a psicologia não é uma ciência legítima. O comportamento humano pode ser descrito, porém não estudado com a mesma previsão e resposta de uma ciência. Não existem causas nem efeitos comprovados. Além disso, a psicologia tem apresentado mais de 500 propostas e milhares de técnicas diferentes. Muitas delas são conflitantes. Muitas aparecerem e desapareceram. A análise transacional, que fez sucesso nos círculos cristãos há vinte anos, hoje está esquecida. Seria esta uma [imutável] verdade de Deus, conforme diriam os que crêem que deveríamos escolher o melhor da psicologia? Será que ela mudou? A questão é, quando misturamos a Bíblia com a psicologia, porque “toda verdade é a verdade de Deus” - conforme os que propõem a maligna mistura - estamos glorificando Deus ou glorificando o mundo? Será que a nossa base está nas areias movediças da verdade psicológica ou na verdade da Palavra de Deus?

Qualquer um que conheça o campo deve admitir que 99% das opiniões dos psicólogos sobre os relacionamentos e os problemas da vida são opiniões pessoais - não fato científico. Os graus no nome de uma pessoa não tornam os psicólogos melhores para assessorar os problemas humanos. De fato, alguns estudos mostram uma inversa relação no sucesso do aconselhamento e da soma de treinamento que uma pessoa tem. (Ver a pesquisa citada na PsychoHeresy, ps. 179-187). Os psicólogos “cristãos” usam a Palavra, a fim de dar credibilidade às suas opiniões, mas qualquer um pode fazê-lo. Isso não significa coisa alguma! Existe uma enorme diferença entre o aconselhamento bíblico e o aconselhamento psicológico. O verdadeiro aconselhamento bíblico está desaparecendo, visto que os “profissionais” se encarregam dos problemas da mente e da alma, deixando ao pastor os problemas espirituais.

Será que alguém pode resolver os seus problemas e se tornar uma pessoa melhor através da aplicação de métodos psicológicos de melhorar e amar a si mesmo, ou será que a única fonte real de mudança provém de uma relação com Jesus Cristo? Ou será que ele precisa de ambos? Diz a Escritura: “Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8). A psicologia focaliza o ego e alimenta o orgulho, a rebelião e a carne. A Bíblia nos encoraja a negar o nosso eu e a carne, para seguir o Espírito, em humildade e submissão a Deus. Estamos falando do colossal engodo que teve início no Jardim do Éden, quando Adão culpou e Eva, Eva culpou a serpente, tentando convencer Deus de que os dois eram apenas vítimas. Será que culpamos tudo menos a nós mesmos? Somos vítimas ou apenas pecadores sem esperança? A diferença está entre o evangelho antropocêntrico e o evangelho cristocêntrico.
Conclusão

Espero que vocês arranjem tempo para estudar os livros dos Bobgans sobre Psycoheresia ou o livro de Jim Owen, “Christian Psychology’s War on God’s Word, The Victimization Of The Believer”. Há muita coisa escrita sobre o assunto. Há muita pesquisa que pode ser feita no sentido de mostrar a chocante ineficiência da psicologia. Mesmo assim, ela tem penetrado no âmago da igreja.

Homens importantes como Dobson, Smalley, Trent e muitos outros continuam impondo ativamente a psicologia à Igreja. Não importa como seja ela bem apresentada, com muitas histórias e antídotos atraentes, trata-se de uma mistura perigosa à saúde espiritual do crente que lhe dá ouvidos. Um deles, como Larry Crabb, famoso psicólogo cristão Ph.D, denunciou a psicologia em um artigo, na Christianity Today (14/08/1995), no qual ele diz:
“Isso me leva a sugerir que aquilo que chamamos problemas emocionais/psicológicos são, realmente, problemas espirituais/teológicos e que os problemas não orgânicos procedem de uma alma perturbada, não de um ego prejudicado, em que os psicoterapeutas teimam em se fixar... A Igreja, bem como os homens e mulheres piedosos, precisam retomar o seu papel espiritual mais seriamente. Eles têm uma porção maior de poder para afetar profundamente as almas de outras pessoas do que geralmente lhes são creditados”.

Se você já conheceu alguns cristãos indo ao aconselhamento, poderá ter visto uma mudança no seu comportamento, na maneira como eles vêem os seus problemas e na maneira como os narram às pessoas. Eles começam a culpar as pessoas do passado e do presente. Tornam-se agressivos. Eles se fixam no passado e “agem através” dos acontecimentos que os tenham prejudicado. Desenvolvem uma forma de pensamento que se compõe de um misto de ego e justiça própria. O cristão “psicologizado” torna-se consciente da auto-imagem, da auto-estima e dos acontecimentos da vida que o moldaram ou feriram. Que diferença do grande apóstolo Paulo, o qual considerava todas as coisas como refugo, o qual, “esquecendo o que para trás havia ficado, prosseguia para o alvo de sua alta vocação” (A paráfrase é minha e, por favor, leiam Filipenses. 3). A Bíblia não nos diz que remexamos no passado, mas que o esqueçamos!

Se estes são os “últimos dias” e se houver uma igreja apóstata, a que se assemelhará ela?
* Será uma igreja amante de si mesma, absorta em si mesma, centrada em si mesma, indulgente consigo mesma, que estará aguardando o Arrebatamento em vez do sofrimento?

* Será uma igreja “psicologizada”, a qual escapará do engodo ou fará parte do mesmo?

* Será que um cristão amante de si mesmo escapará do engodo ou fará parte do mesmo?

*Será que os cristãos estarão tão bem firmados na verdade que irão rejeitar o engodo, ou serão por este apanhados, porque simplesmente não conhecem coisa melhor, por terem sido programados pelo Cavalo de Tróia da Nova Era chamado “psicologia cristã”?

Tradução: Mary Schultze - novembro 2006

http://cpr.org.br/McGriff-05.htm

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