quarta-feira, 24 de outubro de 2012

PAIS E FILHOS 5 - Criando Filhos Sem Confusão 2

Os Especialistas e Seus Métodos

Possivelmente nada tem causado tanto mal as famílias em nossa época quanto os especialistas. Como diz Thomas Sowell, um economista negro que vê a maioria das coisas com clareza:
“Já reparou quantos desastres seguem no rastro dos 'especialistas'? O período desde a 2 Guerra Mundial tem sido a grande era dos especialistas na área de criar filhos. Ninguém conseguia ligar o rádio ou o televisor, ou abrir um jornal ou revista, sem se deparar com um exército de especialistas nessa área.
A primeira coisa que esses especialistas frisavam é que os pais comuns estavam totalmente errados em sua maneira de lidar com crianças, não os métodos simplistas ou tradicionais. O que ocorreu em seguida foi um aumento sem precedente na delinquência juvenil, no crime, no suicídio e na gravidez entre adolescentes. A única coisa que diminuiu foi o bom desempenho das crianças na escola”.

Se ainda não leu PAIS E FILHOS 4 - Criando Filhos sem confusão 1, leia antes de prosseguir.

Rara hoje é a mãe que ousa cuidar do seu bebê sem uma montanha de livros do Dr. Sabetudo, do Dr. Infalível e todos os seus colegas. E, claro, ela não conseguia ser mãe de verdade sem as revistas sobre pais e filhos que são campeãs em convencer as mães e os pais a aceitar passivamente suas ordens fazendo-os achar que eles não sabem nada sobre criar filhos. Tais revistas criticam isso e recomendam aquilo com tanta autoridade como se estivessem no lugar do próprio Deus dos Dez Mandamentos.

Recebi um anúncio pelo correio, por exemplo, que me oferecia uma revista com respostas “competentes” a questões sobre as crianças, inclusive ensinando as mães a não serem “superprotetoras” e a não disciplinarem os filhos fisicamente. Esse anúncio me garantia uma revista com “artigos escritos por respeitados psicólogos, obstetras, pediatras e outros especialistas na área de criação de crianças”. Esses especialistas se consideram competentes até para dizer se as mães devem ter mais um bebê ou não. A revista apoia totalmente as mães a voltar a trabalhar fora, dando orientação específica, inclusive sobre o controle da natalidade e escolas de educação infantil.

Você acha estranho que as publicações para os pais se considerem “competentes” para dar conselho sobre controle da natalidade? Isso tudo porque a adoração aos especialistas é parte da religião humanista/feminista. Quando os seres humanos não aceitam os mandamentos de Deus, eles se tornam deuses para si mesmo e decretam suas próprias leis.

A sociedade inteira está se prostrando diante dos especialistas, principalmente dos “doutores” das supostas ciências da psicologia e sociologia. O resultado é que os ensinos do homem (“Dr. Infalível disse isso!”) chegam a ser exaltado acima dos ensinos de Deus.

Ora, não me entenda mal. Não tenho nada contra os especialistas. Mas por favor, gente, vamos reconhecer que a psicologia e a sociologia não são ciências. A psicologia é uma arte e, como qualquer outra arte, o artista a utiliza de acordo com as suas percepções pessoais.

Eu poderia mencionar quantos psicólogos acabaram mostrando no final que eles estavam errados, quantas vezes eles se contradizem uns aos outros e como muitas vezes os seus dados são tendenciosos e preconceituosos. (Quantos cristãos você acha que participam de todos aqueles testes de “reação sexual” que eles fazem? Você deixaria algum especialista registrar as reações do seu corpo enquanto você estivesse tendo relações sexuais com vinte indivíduos estranhos? Não? Bem, então por que é que deveríamos dar alguma atenção aos especialistas degenerados que fazem tais testes?) Mas vamos dar uma olhadinha para ver se como as outras ciências a psicologia produz os resultados que os psicólogos predizem:

A primeira indicação de que a psicologia poderia ser ineficiente apareceu em 1952 quando o Dr. Hans Eysenk do Instituto de Psiquiatria da Universidade de Londres descobriu que as pessoas neuróticas que não recebem terapia têm tanta probabilidade de se recuperar quanto as que recebem. Estudos adicionais realizados por outros pesquisadores mostravam resultados semelhantes. Então o Dr. Eugene Levitt da Faculdade de Medicina de Indiana, EUA, constatou que as crianças com distúrbios que não eram tratadas se recuperavam no mesmo grau que as crianças com distúrbios eram tratadas. Uma indicação adicional do problema foi revelada nos resultados do extenso Estudo de Jovens de Cambridge-Somerville. Os pesquisadores notaram que os delinqüentes juvenis que não recebiam aconselhamento tinham um grau mais baixo de distúrbio e problemas do que os que eram aconselhados. Outros estudos mostram que, no tratamento de paciente, as pessoas comuns (que não tem nenhum curso de aconselhamento ou psicologia) conseguem resultados tão bons quanto os psiquiatras ou os psicólogos clínicos. E os estudos Rosenham indicam que os funcionários de hospitais mentais não conseguiam nem mesmo distinguir a diferença entre as pessoas normais e as que tinham mesmo distúbios... A ajuda dos psicólogos, então, não tem nada de especial.

William K. Kilpatrick, autor da citação acima, é doutor em psicologia educacional. Ele tem mais a dizer sobre o assunto:

A psicologia e outras ciências sociais podem estar prejudicando seriamente nossa sociedade... Os valores psicológicos, em grande parte, não respeitam os valores tradicionais. E há motivos para acretitarmos que os valores psicológicos podem ser destrutivos...

Um exemplo um tanto gritante...  vem da Suécia, talvez o pais que mais utilize terapias psicológicas no mundo, onde passaram uma lei proibindo os pais de disciplinar seus filhos fisicamente. Além do mais, é crime ameaçar... ou de algum modo “abusar psicologicamente” dos filhos.  Presumivelmente, isso significa que os pais não podem levantar a voz para os filho mais ou mandar que não saim do quarto. Mas não há prova alguma de que a psicologia tornou a Suécia um país mais feliz. Todos os relatos mostram que os jovens suecos estão mais deprimidos que nunca.

A psicologia só é sutil como meio de registrar as observações que fazemos do comportamento humano. É dessa forma que ela sempre existiu e muitas vezes nos ajudou. No passado, um homem idoso costumava sentar-se à entrada da cidade para observar as pessoas passarem e a conversar com outros homens idosos. Desse jeito ele acumulava experiências que o ajudavam, por exemplo, a concluir que os esquimós não gostam de comprar gelo. Com essas observações, ele então podia dar recomendações para os outros, tais como: “Jamais tente vender gelo a um esquimó”. Contudo, suas recomendações não eram consideradas verdades científicas absolutas e ele não procurava ser mais do que realmente era: “Já fui jovem e agora sou velho” (veja Salmo 37.25).

Os psicólogos, os sociólogos e outros especialistas podem nos dizer o que vêem, mas eles não tem autoridade nenhuma para nos dizer o que devemos fazer. Daí a nossa confusão. Se sua filha costumava vomitar às sextas-feiras, os psicólogos podem lhe dar palpites sobre como parar isso. Mas, como psicólogos, eles não podem provar que os meios que eles sugerem são moralmente corretos. A Bíblia deve ser a nossa fonte de opiniões e ações morais.

Posso agora imaginar um dilúvio de cartas chegando ao meu endereço perguntando: “E quanto aos psiquiatras e psicólogos cristãos?” Respondo: “O que é que há com eles?” Qualquer cristão pode dar sua opinião sobre o que a Bíblia diz. Qualquer psicólogo pode passar para nós suas observações. O perigo surge quando cometemos o erro de pensar que há algo de sagrado e ungido no ensino de um irmão cristão só porque ele tem um diploma de doutor. Se não estou enganada, essa adulação aos doutores é exatamente o que Jesus tinha em mente quando nos preveniu a não chamarmos nossos irmãos cristãos de “Rabi” ( Mateus 23.8).

Extraído do livro: De Volta ao Lar – Do Feminismo à Realidade (escrito por Mary Pride, ex-feminista americana conta como a mulher cristã de hoje pode se livre do feminismo e experimentar a plena feminilidade bíblica). Pag. 105, 106, 107.

Leia também:
Criando Filhos Sem Confusão 3

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